Desde o auge da pandemia, em
maio de 2020, mais de 1,5 milhão de atos notariais já foram realizados de forma
totalmente online no Brasil. Os serviços migraram para o meio eletrônico
mediante a criação da plataforma nacional oficial e-Notariado. Entre os atos
realizados nos últimos três anos estão 566 mil escrituras, testamentos e
divórcios, 160 mil procurações, 461 mil emissões de certidões e 137 mil
reconhecimentos de assinatura eletrônica feitas pelo módulo e-Not Assina.
O sistema foi instituído pelo
Provimento n. 100, de 26 de maio de 2020, da Corregedoria Nacional de Justiça,
que dispõe sobre prática de atos notariais eletrônicos utilizando o sistema
e-Notariado e cria a Matrícula Notarial Eletrônica (MNE). A ferramenta foi
essencial para manter os serviços notariais durante a emergência sanitária de
Covi-19 e, mesmo depois, a normativa despontou como uma das principais
regulamentações em prol do desenvolvimento digital da atividade extrajudicial
no país.
O Colégio Notarial do Brasil (CNB)
foi designado pelo provimento da Corregedoria Nacional para realizar a
implementação do sistema em todo o país. A presidente da entidade, Giselle
Oliveira de Barros, destaca que o sistema tem recebido o reconhecimento
internacional pelo trabalho desenvolvido em prol da regulamentação digital da
atividade notarial no país. “A regulamentação feita pelo CNJ [Conselho Nacional
de Justiça] em parceria com o notariado brasileiro, hoje, é referência para
países em todo o mundo, inclusive os mais desenvolvidos”, afirmou. O tema será
abordado em encontro mundial marcado para em novembro, em Brasília.
Referência mundial
Com 100% dos atos notariais
disponíveis online, a experiência brasileira já é conhecida e difundida entre
cidadãs e cidadãos, profissionais do direito e do mercado imobiliário e tem
ganhado destaque junto aos 91 países que utilizam o notariado do tipo latino, o
mesmo praticado no Brasil. Entre eles estão França, Itália, Alemanha, Espanha,
China, Rússia e Japão, entre outros. Juntos, eles representam 7 das 10 maiores
economias do mundo, 22 dos 27 países que compõem a União Europeia e 15 dos 20
países que compõem o G20, atendendo a 2/3 da população mundial e representados
por uma entidade internacional denominada União Internacional do Notariado (UINL).
O interesse internacional pelos
resultados do Brasil atraiu a atenção da revista de Direito francesa Lexis
Nexis, que na última edição publicou a matéria “Brasil: Terra do Futuro”. A
reportagem esteve no 1º Tabelionato de Notas e Protesto de Barueri, em São
Paulo, administrado pelo notário Ubiratan Guimarães, onde foram observados, na
prática, o funcionamento da plataforma e o atendimento por videoconferência aos
clientes que buscavam a realização de atos notariais sem a necessidade de se
deslocarem. “O e-Notariado trouxe inúmeros benefícios ao cidadão, permitindo a
prática de atos à distância, mas mantendo a segurança jurídica oferecida pelo
notário, essencial aos negócios jurídicos pessoais e patrimoniais do cidadão
brasileiro”, explica Guimarães.
Fonte: CNJ, com informações do Colégio Notarial do Brasil