Advogado
e presidente da Comissão Especial de Direito Imobiliário
da OAB/RS,
Ricardo Vogt fala sobre a importância dos tabelionatos para o trabalho da
advocacia em entrevista ao CNB/RS
O advogado e presidente
da Comissão Especial de Direito Imobiliário da OAB/RS, Ricardo Vogt, falou, em
entrevista ao Colégio Notarial do Brasil – Seção Rio Grande do Sul (CNB/RS),
sobre a
importância dos tabelionatos para o trabalho da advocacia, a
contribuição da virtualização dos atos notariais e a promoção da jornada de
assessoramento notarial à população, entre outros assuntos.
“Eu
entendo que o papel do notário no nosso ordenamento jurídico é fundamental, é
ele que valida muitos atos da nossa vida civil, então, sem a participação de um
notário, a gente não tem a própria certificação do Estado, a gente não tem essa
segurança jurídica”, frisa Ricardo.
Confira
a íntegra da entrevista:
CNB/RS
- Qual a importância dos cartórios para o Direito de Família e Sucessões?
Ricardo
Vogt - Os cartórios são fundamentais no Direito de Família e
Sucessões, são eles que dão toda segurança jurídica e que fornecem todas as
certidões, tanto nascimento, falecimento, casamento, união estável, as
dissoluções, enfim, e é claro que tudo orienta os cidadãos com essa questão do
Direito de Família e Sucessões.
CNB/RS
- Como avalia a função notarial na desburocratização e desjudicialização dos
serviços que antes só poderiam ser feitos pelo Judiciário?
Ricardo
Vogt - Cada vez mais se mostra fundamental essa função
notarial que está sendo desenvolvida, e que é desburocratizar o Judiciário,
porque a gente tem excesso de processos, cada vez estão mais lentos, a gente
teve uma crise que foi deflagrada pelo Covid, que é a crise do Judiciário do
Rio Grande do Sul, que no início da pandemia foi constatado que tinha 83% de
todos processos que tramitavam no Tribunal de Justiça físicos, então tivemos
colegas advogados que ficaram praticamente 10 meses sem poder trabalhar, sem
poder movimentar um processo, e evidentemente que esse tipo de demanda
influenciava diretamente nos clientes, e aí que a gente começou a perceber,
alguns colegas, eu digo como a classe, pois eu Ricardo já conhecia, mas aí que
os colegas puderam perceber como é bom trabalhar com notários, o que se fazia
no Judiciário, aí os colegas começaram a perceber como uma real solução, então
há males que vem para bem, a crise foi uma dessas, e trouxe evidencia ao
trabalho dos notários para mostrar que tem um outro caminho tão seguro quando o
Judiciário, mas muito mais célere e rápido, e sem tantos obstáculos.
CNB/RS
- Como analisa o avanço da tecnologia e a prática de atos eletrônicos pelos
tabelionatos?
Ricardo
Vogt - A tecnologia veio para nos ajudar, e a gente tem que
tirar proveitos de tudo o que ela nos traz, então ajudou muito, principalmente
a gente que já trabalha há mais tempo com cartórios, no sentido de que hoje a
maioria de todos os atos que a gente pratica pode ser feito de maneira
eletrônica, isso ajuda muito, porque antigamente a gente tinha que toda vez
diligenciar a um cartório, buscar as certidões, depois retornar, ou mandar via
correio, e isso aumentava não só os custos, mas também o tempo de resolução,
agora com o avanço da tecnologia, e principalmente por termos sido obrigados a
encarar essas novas ferramentas, com essa crise que falei do Covid, a gente viu
como é fácil e como é bom utilizar a tecnologia a nosso favor, tanto para a
economia de tempo, quanto para economia
de dinheiro, e por uma celeridade, uma rapidez, na própria prestação do serviço
ao cliente, e claro que reflete na sociedade também.
CNB/RS
- Qual a importância dos notários para o trabalho da advocacia?
Ricardo
Vogt - Essa pergunta eu respondo de uma forma bem simples,
que é o conteúdo das minhas palestras, que inicio a palestra falando disso, que
o notário é o melhor amigo do advogado, principalmente a gente que trabalha com
Direito Imobiliário e Direito de Família e Sucessões. O notário ajuda muito e
facilita demais o nosso trabalho em todos os sentidos, então eu entendo de
fundamental importância, o colega advogado que sabe trabalhar bem, que
desenvolve uma boa relação com os notários, tem o seu trabalho muito
facilitado.
CNB/RS
- Como avalia os serviços prestados pela atividade notarial para a garantia da
segurança jurídica?
Ricardo
Vogt - Eu entendo que o papel do notário no nosso
ordenamento jurídico é fundamental, é ele que valida muitos atos da nossa vida
civil, então sem a participação de um notário, a gente não tem a própria
certificação do Estado, a gente não tem essa segurança jurídica, então a gente
trabalhando com cartórios tem essa segurança, e pode transmitir isso para o
cliente, que é um trabalho que tem a chancela de uma pessoa altamente
qualificada e altamente autorizada pelo Estado para dar essa segurança
jurídica.
CNB/RS
- Neste ano o CNB/RS integra a 1º Jornada Notarial da Família e promove a 2ª
Jornada de Assessoramento Notarial de Portas Abertas para realização de ações
de assessoramento à população, em um grande mutirão nacional e estadual, como
avalia essas iniciativas?
Ricardo
Vogt - Eu avalio que é muito boa essa iniciativa, aliás, nós
estamos trabalhando em conjunto, advogados, tabeliães e registradores, na
Comissão Mista da OAB com a Anoreg, que é justamente mostrar também para a
sociedade que há alternativas, muitos colegas advogados não sabem da ampla gama
de serviços que podem ser realizados dentro de um cartório, é o nosso papel dar
publicidade. Bom, se os próprios colegas advogados que são técnicos, não sabem,
quem dirá a sociedade, então é muito importante esses atos de aproximação
porque o cidadão comum de certa forma se assusta em ir a um cartório, não se
sente seguro, pensa que pode ser um ambiente frio, formal demais, e essa
aproximação com a sociedade é muito importante para mostrar que os tabelionatos
e os registros estão de portas abertas e, principalmente, prontos para ouvir e
para ajudar o cidadão nas suas demandas, e aí eu trago um ponto, um diferencial
muito importante, que eu vejo isso como advogado, que quando a gente trabalha
com o juízo, muitas vezes a gente peticiona e o juiz devolve a petição
indicando que está incompleto ou que falta algum documento, e a gente tem que
providenciar, só que o juiz não explica o que exatamente temos que fazer, e
muitas vezes a gente tem alguma dúvida, já no tabelionato, e isso serve também
para o cidadão comum, a gente quando tem alguma indicação ou alguma negativa, ou
ponto que a gente tem que corrigir, o próprio tabelionato nos informa e nos dá
o caminho para que a gente consiga dar o tramite correto para a nossa demanda.
Fonte:
Assessoria de Comunicação – CNB/RS