Das 2.489 escrituras feitas
pelos tabelionatos gaúchos desde a campanha lançada em março deste ano, 246
atos foram lavrados na cidade do Vale do Paranhana
O movimento de tabelionatos do Rio
Grande do Sul, que estimula pessoas a se tornarem doadoras de órgãos, por meio
de escritura pública declaratória gratuita, tem chamado atenção em Três Coroas.
O Tabelionato de Notas e Protestos destaca-se na região diante do trabalho
realizado pela 1ª substituta do tabelião, a bacharel em Direito Simone
Margareth Ferreira, 50 anos.
Ela, que já foi da corte da Oktoberfest
de Igrejinha, onde mora, teve a iniciativa de movimentar segmentos da cidade a
se engajar na campanha e a criar formas da comunidade abraçar a ideia com o
mesmo objetivo: salvar vidas
Ela exemplifica que não há valor
que pague o que ouviu de uma mulher viúva interessada em doar seus órgãos,
depois de ter feito o mesmo quando seu único filho morreu."Ela autorizou a
doação dos órgãos do filho e se acalentava em saber que ele estava vivo em
alguém. Por isso também quis deixar escrito a sua vontade", contou Simone,
exemplificando com uma das tantas histórias que chegam ao tabelionato.
O Tabelionato de Três Coroas
respira campanha em prol da doação de órgãos. Há banners e faixas que relatam a
importância dessa ação e servem de ponto para os doadores registrarem fotos. E
tem mais. Mais de 1 mil corações em material injetado foram produzidos para
distribuir aos doadores. De um lado do mimo, a mensagem é "Eu digo sim à
vida” e do outro "Sou doador de órgãos".
Com o empurrão dado por
representantes do Colégio Notarial do Brasil - Rio Grande do Sul, a
participação no Congresso Mercosul de Direito de Família e Sucessões,
conhecimentos no 75º Congresso Anual de Notários do Rio Grande do Sul,
participação no "Hospital na Comunidade" e na Jornada de Assessoramento
Notarial de Portas Abertas -"Tabelião na Comunidade, Simone foi em busca
de parcerias.
Dicas
Para Simone, outros tabelionatos
podem também ter bons resultados com a campanha. O importante é divulgar com
empresários, hospitais, médicos."Talvez mudar o conceito do ato gratuito e
perceber que este ato traz muito retorno. As pessoas se sensibilizam com o
tabelionato divulgando essa escritura e isso acaba refletindo em novos
clientes, pois sempre é bom ressaltar que a escolha do tabelionato é livre ao
cidadão", salienta
O que é necessário
Para lavrar a escritura é
necessário expressar a vontade no Tabelionato. O interessado deve levar
documento de identificação e ter mais de 18 anos. "A declaração não obriga
a família a doar os órgãos, porque a palavra final é da família, mas é um
impulsionador
importante. Afinal com o documento
em cartório, o óbito é comunicado à central de transplantes que aborda a
família a partir da vontade do signatário", explica, crescentando
que cabe aos médicos avaliar a viabilidade do interessado ser um
doador.
Fonte: Jornal NH