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2º Tabelionato de Notas relata situação vivida durante enchentes em Porto Alegre

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Os impactos das fortes chuvas que resultaram em inundações em todo o estado do Rio Grande do Sul afetaram todas as esferas da sociedade gaúcha. No caso dos Tabelionatos de Notas, mesmo as serventias que não foram diretamente atingidas, tiveram algum prejuízo ou foram impactadas no funcionamento dos seus serviços. Em Porto Alegre, o tabelião e vice-presidente do Sindicato dos Notários do Rio Grande do Sul, Dr. Cledemar Menezes, conta como foi a experiência vivida durante as enchentes que abalaram o mês de maio e enfatiza a importância de planos de ação para conter crises oriundas de desastres naturais.

A catástrofe climática afetou significativamente os tabelionatos de notas. Aqueles que foram atingidos pelas águas sofreram grandes perdas materiais e danos às suas instalações, enquanto outros, menos impactados, puderam perceber os efeitos indiretamente no seu faturamento. Esse foi o caso do 2º Tabelionato de Notas de Porto Alegre. Apesar da serventia ter ficado inoperante por apenas cinco dias, durante o mês de maio inteiro o tabelionato permaneceu praticamente parado.  

“Mesmo após a autorização para retomar o atendimento normal, passamos com uma queda de aproximadamente 70% no volume de trabalho”, afirma Dr. Cledemar. Com muitos funcionários tendo que deixar suas residências e enfrentando dificuldades de acesso ao trabalho, a situação era complicada. Um dos maiores problemas enfrentados pela equipe do tabelionato durante o período e após as inundações incluíam problemas de locomoção e acesso, devido à redução nos horários do transporte público e a inacessibilidade das vias. Vários colaboradores tiveram suas residências interditadas, o que intensificou os transtornos.

“Os serviços mais impactados foram todos os necessários para atendimento aos usuários, principalmente pelos dias que precisamos fechar por determinação e pela falta de energia elétrica e dificuldade de acesso. Isso afetou os clientes, que enfrentaram atrasos e dificuldades para realizar esses procedimentos essenciais”, afirma.

Segundo o tabelião, a serventia está auxiliando as pessoas afetadas pelas enchentes a lidar com questões legais relacionadas a documentos perdidos ou danificados, orientando sobre a melhor forma de proceder para recuperá-los. Também segue colaborando através das entidades de classe, com as agências governamentais e organizações da sociedade civil para fornecer assistência às comunidades afetadas pelas enchentes.

Ao falar sobre como a experiência das inundações afetou a percepção do tabelionato sobre a capacidade de resposta em momentos críticos, Dr. Cledemar Menezes crê que ter planos e protocolos bem definidos de contingência são extremamente necessários. Apesar dos desafios, a capacidade de adaptação, uma resposta ágil e eficiente faz a diferença ao lidar com essas situações. Porém afirma, “identificamos áreas que precisam ser melhoradas para aumentar nossa resiliência em futuras crises”.

Diante dos problemas vivenciados, o tabelionato pretende se preparar melhor para lidar com situações semelhantes no futuro. Dentre as implementações estão a revisão e aprimoramento dos protocolos de emergência, implementação de treinamentos regulares para a equipe, visando melhorar a preparação e a resposta a crises, investimento em tecnologia e digitalização para garantir a continuidade dos serviços mesmo em situações adversas e o estabelecimento de parcerias com empresas especializadas em serviços de emergência, como fornecedores de energia alternativa ou serviços de limpeza e restauração, para uma resposta mais ágil e eficaz aos desastres naturais.