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21/02/2013 - Junção de nomes de pais resulta em nomes de filhos inusitados

Davi, José, Maria e Ana. Os nomes bíblicos já são consagrados e nunca faltam em listas telefônicas, chamadas escolares e, naturalmente, nos livros dos cartórios de registro civil. Mas que tal fugir do convencional e ousar um pouco mais no nome do seu filho ou filha? A atriz e cantora norte-americana Gwyneth Paltrow, por exemplo, registrou a filha com o nome de Apple (maçã, em português). Mas há outras formas de conferir originalidade à sua árvore genealógica. A junção de nomes dos pais é uma das opções.
Na família da educadora física Juldrene Prates Ferreira, 34 anos, de Montes Claros (MG), muita gente recebeu nomes inusitados. A mãe dela se chama Julmar e o pai Pedro. Segundo ela, seu nome é resultado da união do “Jul” da mãe e o “edr” do pai. Já o "ene” no final "foi só para feminizar”, como ela conta. Hoje, Juldrene diz gostar do nome, por ser original, mas quando era criança a situação era difícil. “Na chamada no colégio sempre falavam meu nome errado”, comenta.
Entre muitas risadas e até gargalhadas, ela fala sobre a criação do nome dos dois irmãos. A técnica utilizada foi a mesma: intercalar as letras dos nomes dos pais. O resultado: Jurrewerson e Juldroelson. Do nome do pai foram utilizadas algumas letras, embaralhadas. E para manter a tradição, as inciais são da mãe. “No primeiro, o ‘w’ é o ‘m’ de Julmar de cabeça para baixo; no segundo, o 'son' e o ‘elson’ são só para masculinizar”, conta, se divertindo em relembrar as brincadeiras que já fez com os nomes.
E os casos de nomes originais na família não param por aí. O tio da educadora física, que se chama Manoel, e a tia, Geralda, também resolveram inovar no nome do filho e o registraram como Mangelstron, além da junção de nomes, eles lançaram mão de um costume: homenagear personalidades.
“Eles juntaram os nomes deles e acrescentaram uma homenagem ao astronauta americano Neil Armstrong, acrescentando o 'stron' ao nome do meu primo”, diz Juldrene, quase perdendo o fôlego de tanto rir.
 
Nome de garotinha mescla culturas
Em Curvelo, cidade da região Central de Minas, o nome de uma garotinha deu o que falar no cartório de registro civil. A mãe de Aisha Schoenstatt Barbosa Lopes teve uma gravidez de risco e recorreu aos santos para salvar a filha. A dona de casa Graziela Aparecida Barbosa foi até um santuário Schoenstatt (movimento católico de origem alemã) que fica na cidade e fez uma promessa. Daí surgiu o segundo nome da pequena. “O primeiro, Aisha, é por causa de uma menina turca da novela Salve Jorge”, explica o pai, Eldásio Lopes.
O nome da menininha, que hoje completa oito dias de vida, surpreendeu os fucionários responsáveis pelo registro. “Nunca tinha visto um nome diferente assim. Em casos como esse, o cartório pode não aceitar, mas por se tratar de um movimento religioso, a gente acabou registrando”, explica a oficial Mônica Andrade Diniz. O pai precisou assinar uma declaração se responsabilizando pela grafia.
 
Lei regula registro de nomes pitorescos
De acordo com a lei de registro público, o registro de um nome pode ser negado em casos em que possam constranger ou expor a pessoa ao ridículo. Neste caso, o pedido é encaminhado à Justiça, que determina se a criança pode ou não receber aquele nome.
O escrevente encarregado do cartório de Montes Claros, Cláudio Teixeira Almeida, conta que é comum encaminhar pedidos ao juiz. “Alguns são autorizados, outros não", conta. "Alguns pais chegam a brigar com a gente, outros não fazem muita polêmica e escolhem outra opção".
De acordo com o escrevente, o cartório – que também oficializa casamentos – reuniu em um caderno os nomes mais inusitados de pessoas que foram registradas ou que oficializaram a união.
Entre a lista estão Agrônima, Anjo Divino, Alenflor, Censata, Delícia Pestana, Elideus Exótico, Eldagília, Flor Delícia, Materna, Maria do Lado, Ostrália. “Em um caso, um pai, que se chama Edson Versiani, pediu que o filho fosse registrado com o seu nome, porém escrito ao contrário: Nosde Inaisrev”, destaca Almeida.
Fonte: G1

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